Dados do Trabalho

Título

INFLUENCIA DA ATIVIDADE FISICA POUCO ANTES DA MORTE NO DESENVOLVIMENTO DA RIGIDEZ CADAVERICA: UM ESTUDO DE CASO

Introdução

O Instituto de Criminalística (IC) do RN atendeu uma ocorrência de duplo homicídio na cidade de São José do Campestre em setembro de 2022. O cadáver 1 (C1) foi encontrado dentro de uma residência e sem rigidez cadavérica. Já o cadáver 2 (C2) foi encontrado em uma área externa e estava em rigidez cadavérica completa. Ambos morreram devido a lesões perfurocontusas. Havia manchas de sangue com perfil de gotejamento em trilha evidenciando que C2 foi lesionado no local onde C1 foi encontrado, escalou uma torre até o teto do imóvel, pulou em direção ao solo, percorreu aproximadamente 50m e veio a óbito.

Objetivos

Avaliar a diferença de estado de rigidez cadavérica entre indivíduos que morreram praticamente na mesma hora e analisar essa repercussão em um laudo pericial.

Parte experimental

Estudo de caso e revisão da literatura.

Resultados e Discussões

Bioquimicamente a rigidez cadavérica se dá quando o suprimento de adenosina trifosfato (ATP) no organismo é insuficiente para romper as interações actina-miosina no tecido muscular, levando a um estado de contração constante [1]. Dessa forma, atividades físicas intensas antes da morte causam uma baixa considerável no nível de ATP do organismo, o que gera a inextensibilidade do músculo após contraído e o aparecimento precoce da rigidez cadavérica [2].
Portanto, a fuga praticada por C2, refletiu em uma alta demanda energética e na diminuição das reservas de ATP no organismo antes da morte, desenvolvendo uma rigidez cadavérica prévia à de C1 [1],[2] e em um tempo inferior ao descrito na literatura atual [3].

Conclusões

Através deste estudo pôde-se concluir que, embora importante que os peritos apresentem uma estimativa do tempo de morte nos laudos periciais, não se pode fazê-lo sem antes avaliar os diversos fatores que podem influenciar os fenômenos cadavéricos, como as circunstâncias logo antes da morte.

Referências e agradecimentos

[1] MADEA, B. (ED.). Estimation of the time since death. Third edition ed. Boca Raton: CRC Press, Taylor & Francis Group, 2016.
[2] KNIGHT, B.; SAUKKO, P. J. Knight’s forensic pathology. Fourth edition ed. Boca Raton: CRC Press, Taylor & Francis Group, 2016
[3] MEURS, J. Immediate Postmortem Changes. In: Encyclopedia of Forensic Sciences, Third Edition. [s.l.] Elsevier, 2023. p. 218–223

Palavras Chave

Rigidez cadavérica. Atividade física

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Perícias Externas