Interforensics 2023

Dados do Trabalho


Título

ESTUDO DE CASO: DVI EM NAUFRAGIO NA AMAZONIA

Introdução

O transporte de cargas pela Amazônia é feito,
principalmente, através da bacia hidrográfica.
Estimativas da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários revelam que em 2017 o transporte
fluvial conduziu cerca de 9,8 milhões de
passageiros e 3,4 milhões de toneladas em cargas.
Tal fato aumenta os riscos de acidentes com
elevado número de mortes.
A aplicação de protocolos de DVI é fundamental
para a correta identificação humana em desastres
em massa, como no caso de Brumadinho-MG,
relatado por Souza e colaboradores (2022).
O presente trabalho vem demonstrar a importância
da aplicação do protocolo de DVI e a necessidade
da capacitação das equipes para a segurança
pública paraense.

Objetivos

Mediante descrição deste relato de caso, visa
apresentar os desafios da atuação em caso de DVI
na Amazônia.

Parte experimental

O presente trabalho foi estruturado a partir do
estudo de um caso de desastre em massa ocorrido
em Óbidos/PA, onde foi aplicado o Protocolo de
DVI preconizado pela INTERPOL e Polícia
Federal, e resultou na identificação das vítimas.

Resultados e Discussões

Em agosto de 2017, uma colisão entre duas
embarcações causou o naufrágio de um navio na
área de maior profundidade do rio Amazonas (80
metros), fato que dificultou a salvatagem e atrasou
a operação em quatro meses, período necessário
para a redução dos níveis de altura do rio.
Somente em dezembro do mesmo ano iniciaram-se os trabalhos periciais, intervalo que permitiu um
planejamento prévio das ações.
A equipe de perícia contou com 06 peritos
criminais, 01 médico legista, 02 auxiliares, além de
militares do Corpo de Bombeiros.
Foi aplicado o protocolo de DVI da Interpol em
todas as fases de local e recuperação dos corpos,
Ante Mortem, Post Mortem e Confronto, onde foi
possível identificar os nove tripulantes
desaparecidos, cujos corpos estavam em estágio
de decomposição, na fase coliquativa e
esqueletização. É possível inferir que a
profundidade do local e o fato do navio ter ficado
coberto de sedimentos tenham colaborado com a
conservação dos corpos das vítimas.

Conclusões

O planejamento prévio permitiu a aplicação de
todas as fases do DVI e a identificação das nove
vítimas, a demonstrar a importância da aplicação
da referida metodologia em perícias criminais em
casos de desastres em massa na Amazônia.

Referências e agradecimentos

Palavras Chave

DESASTRES EM MASSA, AMAZÔNIA

Arquivos

Área

Perícias Externas

Autores

CELSO FELIPE BANDEIRA DE SA, JONES MOTA SANTOS, GIUSEPPE ANTONIO HOLANDA TANCREDI, ISABELLA FONSECA TORRES VILAÇA